sexta-feira, 31 de julho de 2020

FEB - ANAS - FEBIANAS


TÍTULO DO LIVRO
FEB – ANAS
FEBIANAS

         ORIGEM DESTE NOME: - Achei-o apropriado, contendo a sigla “F.E.B.” Força Expedicionária Brasileira, completado com o nome de: “ANA” Nery, símbolo da mulher brasileira, na guerra, como enfermeira, motivo pela a qual a nossa Escola Padrão de enfermagem se denomina, e nós, após guerra, a homenageamos.
Altamira Pereira Valadares

Folha original do texto datilografado
organizado por Altamira


Estamos em 1970. Fazem precisamente 25 anos que terminou a SEGUNDA GRANDE GUERRA MUNDIAL, tendo-se comemorado solenemente o JUBILEU DE PRATA-VITÓRIA DOS ALIADOS – 8 MAIO, tendo feito uma Exposição sobre a “FEB” na 5ª C.S. Militar- Ribeirão Preto – 2ª R.M.
    E, eu continuo lutando com pertinaz e oculto MAL, que me impediu até hoje de terminar e publicar o meu LIVRO.
    Infelizmente já não vivem o nosso glorioso comandante: Marechal Mascarenhas de Moraes e nosso valoroso Marechal Marques Porto. Cansaram de esperar.
    Mas, DEUS, sabe porque, e eu não faço o que quero, nem vivo. Sofro estacionada neste conflito. Não consigo me libertar.
    Quando parti, levei comigo um espesso caderno, para meu DIÁRIO DE GUERRA, e após muitas peripécias, voltei com meu manuscrito completo.
    Procurei a “Editora José Olympio”, por ser de Família Batataense, conterrânea, para publicá-lo, mas nada consegui, devido ao acúmulo de obras atrasadas pela guerra.
    Foi um MAL, porque, se tivesse me desabafado, por certo ter-me-ia curado. E, foi um BEM, porque, com o passar dos tempos, fui perdoando tudo, me elevando mais, deixando o EGO-ISMO.
    Resolvi então, fazer um trabalho impessoal, coletivo, embora menos interessante par ao LEITOR, mas de maior valor histórico-militar como documentário póstumo, afim de elevar as colegas ao alto pedestal no conceito do nosso Povo Brasileiro, que tão bem merecem, como mereceram os nossos PRACINHAS e todos os demais elementos da gloriosa FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA, mesmo porque, meus amigos patrícios, somos humanas em busca da perfeição, assim como todos eles e todos vós, sujeitos a todos os percalços da JORNADA TERRESTRE.
    Nós nos expusemos a tudo. Quem não tem culpa? Vós, que lá não fostes? Também, eu repito as divinas palavras de JESUS: “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra.”
    Tantos anos são passados, e algumas colegas, ainda labutam até hoje, na missão santificante.
    Ainda neste momento em que traço estas linhas, estremeço como pilha elétrica incontrolável, ao recordar que, no dia 18 de julho de 1945, estávamos formadas junto ao Palanque Presidencial (entre as avenidas: Presidente Vargas e Rio Branco – frente à Catedral), aguardando o momento de integrarmos ao 1º ESCALÃO, para a PARADA DA VITÓRIA.
    Senti um frio acolhimento do povo em geral (da Capital da República) e pressenti que se desfilássemos, algo acintoso, e de profundamente ingrato, nos atingiria publicamente... Creio que o mesmo pressentimento teve alguém da Comitiva do Palanque, pois que não deixaram que desfilássemos... Poderia fazê-lo de cabeça erguida, confiante em DEUS, mas, com o coração magoado, mesmo não sendo realmente condenada, me afastei (me esgueirei), pelas ruas transversas, mais desertas e me recolhi ao meu acolhedor cantinho na Cinelândia, silenciosamente...
    Voltando desse justo desabafo à realidade presente.
    Para fazer um trabalho de conjunto, tive que obter toda documentação possível. Com dificuldade, estabeleci contato com todas elas, pessoalmente ou por correspondência, espalhadas por todo o Brasil e algumas delas, fora do país. Muitas não me conheciam antes, mas, me acolheram carinhosamente. Recorri aos arquivos fotográficos de todos os Jornais, AG~ENCIA NACIONAL e EXÉRCITO. Consultei todos os Diários Oficiais, na IMPRENSA NACIONAL. No Ministério da Guerra, plenamente autorizada pelo Diretor de Saúde, o nosso ex-comandante, consultei os arquivos da 2ª Seção do S.S., do Serviço Especial da “FEB”, Serviço de Identificação e outros setores, necessários, onde colhi e confrontei todos os dados possíveis e reais.
    A todos os elementos anônimos que muito colaboraram, o meu sincero agradecimento, pois me vejo na impossibilidade de citá-los nominalmente.
    Mesmo assim o trabalho não está completo, mas, note bem, não foi só por minha culpa.
    Finalmente, em vez de MEU DIÁRIO DE GUERRA, que daria melhor para um filme, vos apresento as:
F E B I A N A S

NOME esse muito apropriado.


Texto Datilografado elaborado pela própria Altamira visando publicá-lo como livro, em três partes:
I-ANTES DA GUERRA
II-DURANTE A GUERRA (a partir de seu diário manuscrito)
III-APÓS GUERRA

Nota do Centro de Documentação: O texto datilografado por Altamira foi transcrito com a atualização da ortografia, mantendo a integridade das palavras e pontuações, mesmo quando aparentemente foram utilizadas de forma equivocada pela autora.

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