TÍTULO DO LIVRO
FEB – ANAS
FEBIANAS
ORIGEM
DESTE NOME: - Achei-o apropriado, contendo a sigla “F.E.B.” Força Expedicionária
Brasileira, completado com o nome de: “ANA” Nery, símbolo da
mulher brasileira, na guerra, como enfermeira, motivo pela a qual a nossa
Escola Padrão de enfermagem se denomina, e nós, após guerra, a homenageamos.
Estamos em 1970. Fazem precisamente 25 anos que terminou a SEGUNDA GRANDE
GUERRA MUNDIAL, tendo-se comemorado solenemente o JUBILEU DE PRATA-VITÓRIA DOS
ALIADOS – 8 MAIO, tendo feito uma Exposição sobre a “FEB” na 5ª C.S. Militar-
Ribeirão Preto – 2ª R.M.
E, eu continuo lutando com
pertinaz e oculto MAL, que me impediu até hoje de terminar e publicar o meu
LIVRO.
Infelizmente já não vivem o
nosso glorioso comandante: Marechal Mascarenhas de Moraes e nosso valoroso
Marechal Marques Porto. Cansaram de esperar.
Mas, DEUS, sabe porque, e eu não
faço o que quero, nem vivo. Sofro estacionada neste conflito. Não consigo me
libertar.
Quando parti, levei comigo um
espesso caderno, para meu DIÁRIO DE GUERRA, e após muitas peripécias, voltei
com meu manuscrito completo.
Procurei a “Editora José
Olympio”, por ser de Família Batataense, conterrânea, para publicá-lo, mas nada
consegui, devido ao acúmulo de obras atrasadas pela guerra.
Foi um MAL, porque, se tivesse me
desabafado, por certo ter-me-ia curado. E, foi um BEM, porque, com o passar dos
tempos, fui perdoando tudo, me elevando mais, deixando o EGO-ISMO.
Resolvi então, fazer um trabalho
impessoal, coletivo, embora menos interessante par ao LEITOR, mas de maior
valor histórico-militar como documentário póstumo, afim de elevar as colegas ao
alto pedestal no conceito do nosso Povo Brasileiro, que tão bem merecem, como
mereceram os nossos PRACINHAS e todos os demais elementos da gloriosa FORÇA
EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA, mesmo porque, meus amigos patrícios, somos humanas
em busca da perfeição, assim como todos eles e todos vós, sujeitos a todos os
percalços da JORNADA TERRESTRE.
Nós nos expusemos a tudo. Quem
não tem culpa? Vós, que lá não fostes? Também, eu repito as divinas palavras de
JESUS: “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra.”
Tantos anos são passados, e
algumas colegas, ainda labutam até hoje, na missão santificante.
Ainda neste momento em que traço
estas linhas, estremeço como pilha elétrica incontrolável, ao recordar que, no
dia 18 de julho de 1945, estávamos formadas junto ao Palanque Presidencial
(entre as avenidas: Presidente Vargas e Rio Branco – frente à Catedral),
aguardando o momento de integrarmos ao 1º ESCALÃO, para a PARADA DA VITÓRIA.
Senti um frio acolhimento do
povo em geral (da Capital da República) e pressenti que se desfilássemos, algo
acintoso, e de profundamente ingrato, nos atingiria publicamente... Creio que o
mesmo pressentimento teve alguém da Comitiva do Palanque, pois que não deixaram
que desfilássemos... Poderia fazê-lo de cabeça erguida, confiante em DEUS, mas,
com o coração magoado, mesmo não sendo realmente condenada, me afastei (me esgueirei),
pelas ruas transversas, mais desertas e me recolhi ao meu acolhedor cantinho na
Cinelândia, silenciosamente...
Voltando desse justo desabafo à
realidade presente.
Para fazer um trabalho de
conjunto, tive que obter toda documentação possível. Com dificuldade,
estabeleci contato com todas elas, pessoalmente ou por correspondência,
espalhadas por todo o Brasil e algumas delas, fora do país. Muitas não me
conheciam antes, mas, me acolheram carinhosamente. Recorri aos arquivos
fotográficos de todos os Jornais, AG~ENCIA NACIONAL e EXÉRCITO. Consultei todos
os Diários Oficiais, na IMPRENSA NACIONAL. No Ministério da Guerra, plenamente
autorizada pelo Diretor de Saúde, o nosso ex-comandante, consultei os arquivos
da 2ª Seção do S.S., do Serviço Especial da “FEB”, Serviço de Identificação e
outros setores, necessários, onde colhi e confrontei todos os dados possíveis e
reais.
A todos os elementos anônimos
que muito colaboraram, o meu sincero agradecimento, pois me vejo na
impossibilidade de citá-los nominalmente.
Mesmo assim o trabalho não está
completo, mas, note bem, não foi só por minha culpa.
Finalmente, em vez de MEU DIÁRIO
DE GUERRA, que daria melhor para um filme, vos apresento as:
“F E B I A N A S”
NOME esse
muito apropriado.
Texto Datilografado elaborado pela
própria Altamira visando publicá-lo como livro, em três partes:
I-ANTES DA GUERRA
II-DURANTE A GUERRA (a partir de seu
diário manuscrito)
III-APÓS GUERRA
Nota do Centro de Documentação: O texto datilografado
por Altamira foi transcrito com a atualização da ortografia, mantendo a
integridade das palavras e pontuações, mesmo quando aparentemente foram
utilizadas de forma equivocada pela autora.
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