sexta-feira, 31 de julho de 2020

NOMEAÇÕES


Texto Datilografado elaborado pela própria Altamira 
visando publicá-lo como livro, em três partes:


I-ANTES DA GUERRA
II-DURANTE A GUERRA (a partir de seu diário manuscrito)
III-APÓS GUERRA
PERÍODO DE PREPARAÇÃO APÓS CONVOCAÇÃO
11 de maio de 1944
Enfermeiras selecionadas para treino afim de serem futuras monitoras
Da direita para a esquerda:
1- Carmem Bebiano
2- Virgínia M.N. Portocarrero
3- Lúcia Osório
4- Maria de Lourdes Vasconcelos
5- Ignácia de Melo Braga


(PARTE I)
÷ NOMEAÇÕES ÷

     O “Diário Oficial” (Secção I), de quinta-feira, dia 6 de Abril de 1944, pág.nº.6.165, publicou o seguinte:-

÷ GABINETE DO MINISTRO ÷
Expediente do dia 5 de Abril de 1944

     O Ministro de Estado da Guerra resolve nomear enfermeiras de 3ªCLASSE, do “Quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército”.
Quadro esse criado pelo Decreto-lei nº 6097, de 13 de dezembro de 1943. Exclusivo provedor de enfermeiras militares, para a Força Expedicionária Brasileira.
     “A enfermeira incluída no referido Quadro fica pertencendo a Reserva do Exército, até a idade de 48 anos, inclusive.
     Enquanto pertencer à Reserva do Exército e quando em serviço ativo por efeito de convocação, fica a enfermeira sujeita à legislação militar em vigor, no que lhe for aplicável.”
÷ § ÷
     As primeiras nomeadas foram as da nossa 1ª turma do D.F. e, em seguida, foram sendo as demais, à medida que terminavam o curso, perfazendo um total final de 215 enfermeiras.
     Éramos todas iguais, sem diferença de classe. Não tínhamos posto, pertencíamos a um círculo à parte, fato esse que não estava bem certo, em virtude do respeito a que nos deviam conceituar o Exército e o Povo, pois se tratavam das primeiras brasileiras militares, que deveriam envergar o uniforme do Exército.
     E, pela primeira vez na história militar de nossa Pátria, a mulher brasileira tem a honra de ingressas oficialmente, para participar de uma guerra e, no estrangeiro!
     Nunca em nossa vida, vimos tantas enfermeiras, com uniformes diversos, mesmo engalanados, transitar pela cidade inteira, durante o período de intensa agitação geral, causada pelos efeitos próximos da guerra!
     Como o “D.C.” contem algumas colegas que não foram, extrairei uma Relação à parte, que irá no final do livro.



INFORMAÇÕES ADICIONAIS: 



O manuscrito original do autointitulado “Diário de Guerra” - nome que a própria autora (Altamira) dá ao seu diário, encontra-se sob a guarda permanente do “Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares” e possui dois volumes de encadernação simples. O primeiro compreende o período de [28/08/1944 com excertos desde o dia 04/08/1944 a 28/04/1945] e o segundo volume, de 29/04/1945 a 22/08/1945. Além dos dois volumes manuscritos,  Altamira datilografou o que ela chamou de livro com a sugestão do título ”Febianas”, numa releitura pessoal entre os anos de 1961 a 1970. Foi nesse livro datilografado que a autora inseriu fotos, cartas, desenhos, etc. já com desejo de publicação de seus relatos. Vale ressaltar que entre os diários manuscritos e o livro datilografado há supressão ou acréscimo de impressões e relatos.

Nota do Centro de Documentação: O texto datilografado por Altamira foi transcrito com a atualização da ortografia, mantendo a integridade das palavras e pontuações, mesmo quando aparentemente foram utilizadas de forma equivocada pela autora.


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