Texto Datilografado elaborado pela própria Altamira
visando publicá-lo como livro, em três partes:
I-ANTES DA GUERRA
II-DURANTE A GUERRA (a partir de seu diário manuscrito)
III-APÓS GUERRA
÷ REGULAMENTO PARA O QUADRO DE ENFERMEIRAS
DA
RESERVA DO EXÉRCITO ÷
Art.
1º. O Quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército, criado por decreto-lei n.
6.097 de 13 de Dezembro de 1943, será constituído por brasileiras que
hajam terminado, com aproveitamento, o Curso de Emergência de Enfermeiras da
reserva do Exército.
Parágrafo
único. Fica o Ministro da Guerra autorizado a mandar organizar o Curso referido
neste artigo, cujo funcionamento será regulado de acordo com as instruções
baixadas pelo Diretor de Saúde do exército e aprovadas por aquela autoridade.”
(Nota:- Tudo publicado no Diário Oficial
(Secção 1) de quarta-feira 15-Dezembro de 1943, pgs.4 e 5).
Este
Curso destina-se a permitir uma intensiva revisão dos conhecimentos adquiridos
pelas enfermeiras (diplomadas ou em exercício da profissão), Voluntárias
Socorristas e Samaritanas, preparadas por escolas de reconhecida idoneidade e
sua adaptação à enfermagem militar de campanha, de forma a ficarem capazes de,
quando convocadas para o serviço ativo do Exército, assumir as
responsabilidades de seu encargo na formação de saúde em que forem
classificadas.
Apesar
de ser um Curso Voluntário, a candidata além de apresentar todos os
documentos necessários para a sua matrícula terá que assinar um Compromisso
de reconhecimento de obrigações, não podendo depois recuar a não ser por
motivos perfeitamente enquadrados dentro das condições do Regulamento.
Transcrevo pois a seguir na íntegra os termos deste JURAMENTO:-
Modelo De Compromisso De Candidata Ao
“Curso de Emergência De Enfermeiras
De Guerra”
“Ao
requerer matrícula no “Curso de Emergência de Enfermeiras de Guerra do Exército,
declaro que estou ciente de que o mesmo se destina à minha inclusão no Quadro
de Enfermeiras da Reserva do Exército e me comprometo, quando convocada ao
serviço ativo, a aceitar a designação que me for feita pelas autoridades
militares para servir no Serviço de Saúde do Exército, dentro ou fora do
Brasil, enquanto forem julgados necessários os meus serviços”.
§§§
Ao
candidatar-me, antes, perguntei ao oficial médico quem me atendeu: Qual a
situação de uma enfermeira diplomada? Ao que ele me respondeu: “Antes, não
haverá diferença, serão todas iguais, mesmo porque uma enfermeira improvisada,
com umas duas semanas mais ou menos de guerra, acabará se desembaraçando bem,
dando conta de suas funções. As senhoras serão promovidas em guerra, conforme
merecimento”. Fiquei assim parada um instante apenas e disse; está bem, eu
quero é servir da melhor maneira possível e, me inscrevi. Ao apresentar meus
documentos comprovantes, um major médico me disse que bastava constar (citar)
um diploma apenas, o que fiz, mas isto me prejudicou logo após e futuramente.
Durante
o período de inscrição, foi tal a avalanche da mulher brasileira, entre
senhoras e moças, de todas as classes sociais, todas com o mesmo e sagrado
ideal de servir à Pátria, atendendo pressurosas ao apelo das Forças Armadas.
Porém, previamente já o Exército havia estabelecido o “Quantun” necessário.
Diante
disso, após rigorosa seleção, muitíssimas se viram preteridas, com tristeza,
uma vez que estavam desejosas de merecer a honra de participar com a “FORÇA
EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA”, nos campos de batalha de além-mar.
Durante
minha inscrição, o Cel. Médico, Chefe da Seção, na Diretoria de Saúde, quando
nos viu (a mim e a Olga Mendes), pois estávamos juntas e havíamos sido alunas
dele, no Curso Complementar, nos disse:- “Muito bem, eu sabia que as senhoras
viriam”...
§§§
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
O manuscrito original do autointitulado “Diário de Guerra” - nome que a própria autora (Altamira) dá ao seu diário, encontra-se sob a guarda permanente do “Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares” e possui dois volumes de encadernação simples. O primeiro compreende o período de [28/08/1944 com excertos desde o dia 04/08/1944 a 28/04/1945] e o segundo volume, de 29/04/1945 a 22/08/1945. Além dos dois volumes manuscritos, Altamira datilografou o que ela chamou de livro com a sugestão do título ”Febianas”, numa releitura pessoal entre os anos de 1961 a 1970. Foi nesse livro datilografado que a autora inseriu fotos, cartas, desenhos, etc. já com desejo de publicação de seus relatos. Vale ressaltar que entre os diários manuscritos e o livro datilografado há supressão ou acréscimo de impressões e relatos.
Nota do Centro de Documentação: O texto datilografado por Altamira foi transcrito com a atualização da ortografia, mantendo a integridade das palavras e pontuações, mesmo quando aparentemente foram utilizadas de forma equivocada pela autora.
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É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem a prévia autorização do Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. Ref da FEB Altamira Pereira Valadares.
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