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11-10-44
– 4ª feira – Florence- Quasi 9hs e nada de Breakfast Tocou
o telefone avisando descemos – que correria e pena! Depois ageitamos as
bagagens com tristeza de voltar ao Hosp. pois agora é q. íamos aproveitar
melhor – Saimos apressadas – cada pª 1 lado – so tive tempo de
ir ao foto ver os retratos de Olga e Neuza, lá nos confins do mundo, mas perdi
o tempo porq.
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só estariam na Red Cross as 14hs –
Entrei rapidamente na Catedral del Duomo sem me deter e com pena – sai
apressada em cima da hora – passei na casa de couros. Susini S. Sacchetti a via
12 Borgognissanti doida de cólica intestino – entrei numa disparada – era la
nos fundos depois corredores – escadarias e portoes de ferro e portinholas –
quasi que ... não deu tempo! Saí aliviada e encontrei já no caminho Elza
cansação e Mª José que já havia chegado _ Deixei os talões dos retratos com
elas _ Almocei e subi e desci ás 13hs,30
para partir com grde pezar _ Tomamos 1 drink de despedida no Bar do
Hotel _ eu Helena o boy dela _ Guido e John. Tentei escrever um pouco enqto
aguardava condução mas a caneta enguiçou e fiquei com os dedos sujos de tinta _
Paguei as contas 3 dias = 3 dollares = 60$000 apenas – 100 liras de gorjetas pª
o italiano e Aida_ As outras nurses seguiram em outras conduções e nós as 14,10
tomamos a ambulância – fui na frente com o chauffer americano – Norman Wkitaker
muito gentil e vim conversando como podia o meu pobre inglez esfarrapado _ Ele
prometeu levar 2 volumes para 2 casas de Florence e trazer as respectivas
encomendas quando for lá novamente. Bela viagem de volta – dia de sól e
tristeza nos corações – Belas estradas – passando por cidades destruídas –
trechos completamente desmoronados – ele não
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sabia me dizer os nomes _ perderam-se as
placas _ O rio Arno contorna Florence e vem até Pizza com suas agua lamacentas
_ Numa rua pelo caminho vi 1 velhinho curvado de cabeça branca a cavar com
tristeza os escombros de sua querida casa, junto a 1 senhora de preto que ia
removendo tudo a procura talvez dos seus preciosos entes ou bens perdidos. É
uma scena comum aqui e muito chocante. Chegamos ao 38th bem ás 16hs e pouco (2 hs de viagem –
dispostas a voltar na 1ª oportunidade de folga). Nos apresentamos ao major e na
portaria – assinamos o livro e viemos para a tenda _ Já haviam feito a mudança
de Helena para a nossa tenda (tudo molhado e em desordem) Ela subiu a serra e
reagiu convenientemente – até eu me aborreci com Carminha (a importante)
Veremos o fim disto tudo com as Leis de Deus. Aguardei o jantar e depois
mostrei as compras – visitas na tenda e fui deitar muito tarde a conversar com
Carmita _ Helena foi dormir com Elita – Berta serviço da noite _ soube que o 1º
e o 11º regimento chegaram hoje – as colegas foram a Livorno espera-los – Boas
noticias etc. Eu e Carmita escrevemos 1 longa e confidencial carta pª casa
(Nenê) que irá em mãos do Sr. Major Gomes – Deitei e tratei de dormir – muito
frio e húmido.
TRECHO DATILOGRAFADO POR ALTAMIRA
PÓS GUERRA
11-10-44-4ªfeira – Florença e Pisa:-Pela
primeira vez consegui dormir de verdade!- quase 9hs,00 e nada de breakfast...
Tocou o telefone avisando descêssemos – que correria e pena! Depois ajeitamos
as malas com tristeza de voltar ao 38th., pois agora é que íamos aproveitar
melhor – Cada uma foi para um lado. Só tive tempo de ir ao foto ver os retratos
de Olga e Neuza, lá nos confins do mundo e por cima, só estariam prontos às
duas horas, na Red-Cross.- Entrei rapidamente na Catedral Del Duomo, sem me
deter.- Passei na casa de couros: “Susini S. Sacchetti”; quando saia, encontrei
Elza e Zezé na rua- haviam chegado. Deixei os talões dos retratos com elas.
Almocei- subi e desci para partir, com grande
pesar.-Paguei as contas: 3 dias, 3 dollares = 60 cruzeiros apenas! – 100 liras
de gorjetas para o italiano e a camareira Aida.-
Tomamos
um drink de despedida no Bar em companhia dos oficiais. Enquanto aguardava
transporte, tentei escrever, mas a caneta enguiçou - As nurses seguiram em
outras conduções e nós duas, às 14hs,10’ tomamos a ambulância. Fui na frente
com o chaufer, Norman Wkitaker, muito gentil e vim conversando como podia no
meu pobre inglês esfarrapado. Prometeu levar 2 volumes para as casas de
Florença e trazer as respectivas encomendas, quando for lá novamente.
Bela viagem de volta – dia de sol e tristezas
nos corações – Estradas excelentes, passando por cidades destruídas, trechos completamente
desmoronados. Não sabia os nomes porque as placas se perderam. O rio Arno corta
Florença de um extremo ao outro e vem até Pisa, com suas agua lamacentas.- Numa
rua, pelo caminho, vi um velhinho curvado, de cabeça branca, a cavar com
tristeza os escombros de sua querida casa, junto a uma senhora de preto, que ia
removendo tudo, a procura talvez dos seus preciosos entes ou bens perdidos. É
uma cena comum aqui e muito chocante. Chegamos ao 38th. Evacuation Hospital em
Pisa, bem às 16hs,00 e pouco (duas horas de viagem), dispostas a voltar na
primeira oportunidade de folga. –Apresentamo-nos ao Sr. Major, assinamos no
livro e viemos para a tenda.
Já haviam feito a mudança de Helena (para o
canto vazio de Jacyra). Tudo molhado e em desordem. Ela, subiu a serra e reagiu
convenientemente – até me aborreci em ver tanta falta de consideração de “X”-
há pessoas sem hombridade que agem na sombra e na ausência das vítimas. Veremos
o fim disto tudo com as leis de Deus. À noite, Helena foi dormir com Elita.
Bertha, serviço da noite. Eu e Carmita, escrevemos uma longa e confidencial
carta para casa (Nenê), que irá em mãos do Sr. Major Gomes. Ainda conversamos
muito. Soube que o 1º e o 11º regimentos chegaram hoje – as colegas (um grupo),
foi à Livorno espera-los. Está muito úmido e frio.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem a prévia autorização do Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. Ref da FEB Altamira Pereira Valadares.
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