DIÁRIO MANUSCRITO
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13-08-44- Domingo (Napoles) Fômos dormir na noite de sábado para domingo à 1,00hs da madrugada, pois estivemos conversando e matando a fome
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com p
major Dr. E. Lins __ Ás 6h,30 da manhã, apesar de estar muito cansada desci
para o Breakfast sósinha, pois que as outras nem se mexeram. O major providenciou
café para elas mas se esqueceu do assucar. Para se ir ao mess =(refeitório reunião)
tem-se que andar muito, quase um kilometro, sob um sól ardente e grande calôr.
Fui à capela = Churche (para todas as crenças)_ vi o serviço do correio e
voltei para o nosso pavilhão 45 – Toda organisação e
sistema é identico ao da minha escola padrão Ana Nery. Tive que acordar as
colegas para apresentação ao nosso Cel. Sebastião Carvalho. Providenciamos
roupas e desci para o almoço ás 12hs,15 _ Sistema americano – refeições genero
italiano e em parte americano; muitas saladas e agua melhor, graças à Deus.
Tirei o pae da forca. Após o almoço visitamos os brasileiros doentes, mal
alojados numa barraca péssima, dentre as tendas dos americanos. Ali o calor é
de matar um ser forte qto + um doente e com pneumonia! Eles ficaram muito
contentes e nos encheram de perguntas _ as que tinham cigarros brasileiros,
deram á eles para matar as saudades. Para sairmos aqui, temos que usar um “Brasil” no braço esquerdo, pois o nosso uniforme é simile
ao tedêsco =alemão, um verdadeiro erro e perigo. Elza, trata dos brasileiros,
apezar de falar bem o inglês (parece não ser estimada e Ignacia, dos americanos
(apesar de não falar inglês). Todos a apreciam; está forte. Pouco nos procura,
está completamente mudada. Aderiu a um americano. Lógo após, seguimos para Sorrento
ou Surriento, em companhia do Mjor Lins pois o Cel. Sebastião Carvalho,
nosso superior aqui,
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não
poude ir _ é muito ocupado _ Elza também foi: Inacia não: ficou tomando conta
de todos os doentes. A estrada a principio é dentro da cidade. Casas velhas,
italianos pelas ruas, mal vestidos e mal calçados _ Apanham os cigarros do
chão. Aqui, até as creanças fumam _ andam sujas, andrajosas, cheias de feridas
e de moscas _ é uma tristeza _ vôam sobre nós pedindo cigarros, comida e liras.
Depois ganha num longo e belissimo percurso, lembrando a subida da serra de
Petrópolis. Em Sorrento ouvimos belas canções e orchestras e só conseguí
uma folha de arvore = louro, para lembrança porque agóra não é conveniente se
encher de bagagens _ de Sorrento fômos até as “Ruínas de Pompeia”,
visitamos ainda a magnifica Basilica de Pompeia; consegui captar a frase
que contorna a cúpula principal, penso que está certa: DOMNIS VIAE ET VERITIS
IN MF OMNIS ESPES VITAE _ Comprei postaes a 30 lrs e medalhas (a 60 lrs), que
foram bentas na hora, para lembranças. Voltâmos ás 20hs,00 – sól se pondo _ dia
claro _ Todos nas ruas. Tanta riqueza, suntuosidade e esplendor, em esculturas
e arte e beleza no interior da basílica. Na volta viemos pela Via Roma Velha, e
fomos ao Hotel Volturno a procura dos amigos de M.C.C. Castro = Carmita,
expedicionários do Banco do Brasil _ foram tão amáveis _ lavamos o rôsto, nos
retocamos e depois fomos jantar num restaurant clandestino, pois tudo aqui é
racionado e proibido __assim mesmo após pancadas secretas a porta
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foi
aberta e subimos escadas e + escadas escuras, altas e intermináveis até chegar
lá em cima _ graças á Deus comemos uma salada de tomate e alface _ óvos
estrelados _ pão e peras e vinhos _ estavamos famintas _ Na volta, como sempre,
no escuro _ cidade em blak-aut parcial que começa ás 22hs00 sistematicamente.
Já eram 23hs,00 quando levantamos o acampamento e chegamos em casa mortas de
cansadas _ Dormimos pesadamente.
NÁPOLES: 13-8-44-
Domingo – Às 6hs,30’, apesar de muita cansada desci sozinha para o café, pois
as outras, nem se mexeram .............
O
Sr. Major, providenciou café para elas, mas se esqueceu do açúcar. Para se ir
ao MESS (refeitório – local reunião), tem-se que andar quase 1 quilometro,
sob um sol ardente forte calor. Fui à Church (capela – para todas as crenças) –
Ví o serviço de correio (MAIL), voltei para o pavilhão. Toda a organização e
sistema é idêntico ao de minha escola. Tive que acordar as colegas para
apresentação ao nosso Cel. Sebastião de Carvalho. – Almoço: - sistema
americano; refeições gêneros italianos e
em parte americanos; muitas saladas e água melhor. Tirei o pai da fôrca.Não me
sinto bem com enlatados nem com cloro. - Visitamos os brasileiros doentes, mal
alojados numa péssima barraca, dentre as tendas dos americanos. Dentro, o calor
é de matar um ser forte, quanto mais um doente com pneumonia! Eles ficaram
muito contentes e nos encheram de perguntas; as que tinham cigarros, deram pata
eles para matar as saudades. Elza, está no 182º station, 84th Hospital – 402 Ward
(enfermaria), Medical Center. Ela trata
dos brasileiros, apesar de falar bem o inglês (pareceu-me esquisito); e,
Ignacia, cuida dos americanos, apesar de não falar inglês. Está forte,
completamente mudada, pouco nos procura!
Para sairmos aqui, temos que usar um “Brasil”
no braço esquerdo pois o nosso uniforme é parecido com o do tedesco (alemão)..
Logo após, seguimos para Sorriento, em companhia do major Dr. E. Lins, pois o Sr.
Cel. S. Carvalho, nosso superior aqui, não pôde ir - é muito ocupado. Elza
também foi; Ignacia ficou tomando conta de todos os doentes.
Apesar de rigorosa seleção de saúde, não se pode
escapar ás doenças; muitas delas discretas, latentes e traiçoeiras, que só
depois se revelam as vezes em mudanças bruscas e radicais de vida: tais como:
meio ambiente, estado mental, alimentação, clima, etc.; tanto assim que já
tínhamos alguns patrícios hospitalizados etc. antes mesmo de entrar em ação.
Prosseguindo: a estrada á princípio é dentro da
cidade: casas velhas, italianos pelas ruas, mal vestidos e mal calçados; Apanham
os cigarros do chão; até as crianças fumam, andam sujas, andrajosas, cheias de
feridas, corizas, moscas, é uma tristeza. Voam sobre nós pedindo: cigarrete,
manjare, lire (cigarros, comida, dinheiro lira!). Consequência desta
tremenda guerra – Era esta a bela Napoli que eu via! Depois, um longo e belíssimo
percurso, lembrando a subida da serra de Petrópolis e Teresópolis.
Como sempre, gemiam os violinos em Sorriento. Passámos
até pelas “Ruínas de Pompeia”, danificadas pelos bombardeios e visitamos
ainda a riquíssima “Basílica de Pompeia”. Toda de mármore: colunas
gigantes cravejadas de pedras preciosas – um tesouro! Consegui captar a frase
que contorna a cúpula central; penso que está certa: DOMNIS VIAE ET VERITIS IN
ME OMNIS ESPES VITAE.
Por enquanto, convém não aumentar bagagem. Só
troquei santinhos e medalhinhas que foram bentas na hora, para eu dar de lembranças.
Voltámos pela Via “Roma Antiga” - São 20hs,00, sol se pondo, dia claro! Todos
nas ruas. Chegámos no “Hotel Volturno”, a procura dos rapazes do Banco do
Brasil, amigos e colegas de Carmita; todos eles muito amáveis. Saímos todos
para jantar num restaurante clandestino (pois tudo é racionado e por hora da
morte), e ainda proibido. Após pancadas secretas, a porta foi aberta e, subimos:
escadas, mais escadas, altas, intermináveis, escuras, até chegar lá em cima;
mas, compensou: salada de tomates e alface, ovos estrelados – pão, peras e
vinho. Estávamos famintas. Na volta, como sempre no escuro, cidade em “black-aut”
parcial que começa às 22hs00, sistematicamente. Já eram 23hs,00, quando
levantamos acampamento e chegamos em
casa no alojamento mortas de
cansadas _ Dormimos pesadamente...................................
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