DIÁRIO MANUSCRITO
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16-8-44
– 4ª feira – 5º Grupo partiu nesta data Heloisa C.
Villar. Ás 6hs,00 levantei-me. Ás 7hs,15 café – 8hs,00 esperar condução para
Roma mas, chegou a hora do almoço e nada de partir – nós de macacão o tempo
todo – Estivemos na Cantina – umas colegas compraram lembranças. O major Lins
sempre conosco comprou melancia, pessegos etc. Perguntei a 1 italiano onde era
a Privada e ele me ensinou errado _ fui parar numa repleta de homens americanos
calmamente desafogando as suas necessidades. Tivemos ordem de vestir mudar os
pijamas para o almoço (dinner) e qdo estavamos chegando no 45 Room nova
ordem para descer lógo. Foi uma correria almoçamos e tóca a esperar os gips, na
tenda dos brasileiros. Finalmente só as 15,30 foi que partimos. Eu, Olga, Nair
e um americano no gips atráz Lucia, Paul e um chauffer americano, na frente. As
outras Sil. Car. Berta foram no caminhão com a condição de trocarmos no meio da
viagem porém isto não se deu porque elas se sentiram bem lá e não quizeram –
Lógo após partida paramos em 1 local de americanos – tomámos agua gelada – Olga
não estava bem – fui buscar o embornal dela lá no caminhão. Perdemos 1 bom
tempo
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neste
local. Qual não foi nossa surpresa e aborrecimento qdo vimos nossas bagagens
totalmente amassadas sob o colosso das dos americanos que superlotaram o
caminhão – disto é que elas gostaram – Estradas belíssimas _ Via APPIA – ANZIO
– 9hs de viagem até Roma porque se parava muito e o chauffer errava sempre o
caminho qdo escureceu _ mais adiante paramos num desvio e fomos fazer as
nossas necessidades atraz de 1 casa de italianos. Quiz o meu embornal e por
isto muito me aborreci porque a Bertha me chamou de isterica (instigada,
creio eu, pela Sylvia) não são nada colegas, camaradas e conscienciosas –
fiquei por conta e sentida porq. tinha muitos americanos e brasileiros que
ouviram _ falei com Paul dono da condução q. por sinal não era a nossa,
pois tomamos erradate pensando q. era, e ele fez descer todo o mundo e
toda a bagagem _ lá, no fim estava o meu embornal _ Voltei para o gip.
Continuamos a viagem _ Por toda a parte se via escrito em letras garrafaes a
palavra VINCERE = VINGANÇA – O americano que vinha atraz conosco controlava
pelo mapa o nosso trajecto _ Eu trazia comigo o expediente e correspondencia
para o nosso Cel. Marques Porto _ Anzio – parte destruída _estradas bellas como
sempre _ ha zonas pantanosas _ febre. Finalmente chegamos a Roma ás 24 hs
mortas de cansadas e sem jantar _ Faltava pouco para chegarmos dificilte ao
nosso destino, mas não
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era
possível – a condução não era nossa e Paul (Pôl) não tinha nada que ver conosco
– Contudo foi muito gentil (porque se simpatisou com Lucia e tbem por que é feito deles americanos). O
comandante da séde na Vila Marina – Radio S. Paulo (maior difusora da
Italia fêz tudo para nos acomodar _ Queria que fossemos para um hotel e jantar
_ mas prefirimos ficar aqui mesmo. Então, foi tal de subir e descer escada de 1
para outro pavilhão para lavar o rosto ou tomar o banho (conforme o gôsto de
cada uma), eu só tomei banho de gato e fiz .... Voltei para o outro pavilhão
escuro (black-aut) e dissemos que dormiriamos no chão – Estendi minha toalha de
banho – coloquei o meu travesseirinho com a fronha côr de rosa e deixei a
japona para me cobrir. Por fim arranjaram 2 colchões de solteiro e 1 maca. Eu,
Nair e Olga juntamos os dois e nos revezamos qdo a Bertha sem mais nem menos caiu pesadate entre nós sem dar a menor confiança.
Olhamo-nos e só. (Quando chegamos a Vila apezar o escuro conseguimos ver a
destruição tremenda e fazer uma pequena ideia do q. se passou por ahi.
Disseram-me q. só num dia choveram 5.000 mil bombas aéreas!
16-8-44- 4ª.feira-Nápoles: Prosseguir
na viagem- Depois de já termos ido à Roma e voltado à Nápoles de avião, fazer
este percurso de Nápoles a Roma, de caminhão (1 hora de avião e 9 horas de trambolhão)!
Às 6 horas, todas prontas, de macacão, esperando condução. Chegou a hora do almoço
e nada de partir. Enquanto isto, estivemos na Cantina. Na capela, não sei bem
si troquei ou ganhei: terço, medalha, e dois volumes de:”My Sunday Missal e May
Daily-New Testament”, onde a meu pedido autografou: Chaplain Capt. “Christyler
E. Ohara”. quem nos
atendeu.
Perguntei a um italiano onde era o
toilete e o danado me ensinou errado: fui parar na “Yvone” dos
americanos, onde muitos deles se desafogavam calmamente, todos de cabeça baixa.
Graças a Deus! Também, foi
só empurrar a porta, arregalar os olhos e sair correndo! Nota: Por
discrição, dei este nome e pegou á (sejamos franca), privada, que na guerra é
coletiva, porém separada: cada uma para cada sexo. Consiste numa tenda com uma
grande fossa geral, contendo diversos assentos com tampas, num enorme caixote
em forma de (DESENHO)e, no centro, um dispositivo para papel, etc.
Algumas delas são diferentes e
interessantes. Fixado do lado de fora a papeleta: “Nurses Only” ou “Officers
Only”. Em todos os acampamentos é a primeira a ser instalada e a última a ser
removida, após perfeita desinfecção do local. Os americanos acabaram sabendo do
nome e acharam graça.
Tivemos
ordem para vestir os pijamas para o lunch (almoço) e quando estávamos
chegando ao 45 Room, nova ordem para descer logo. Foi uma correria- almoçamos
e, toca a esperar os jipes, na tenda dos brasileiros. Finalmente só às
15hs,30’, foi que partimos: Olga, Nair, eu e um americano atrás no jipe; Lucia,
Paul (oficial americano) e chaufeur, na frente. As Outras foram no
caminhão, com a condição de trocarmos no meio da viagem, porém isto não se deu,
porque elas se sentiram bem lá e não quiseram. Logo após, paramos num posto
militar, tomamos água gelada. Olga não estava bem; fui buscar o embornal dela
lá no caminhão. Qual não foi nossa surpresa e aborrecimento quando vimos nossas
bagagens totalmente amassadas sob o colosso da dos americanos que superlotaram
o caminhão -disto, é que elas gostaram. Perdemos um bom tempo aqui. Estradas belíssimas-
Via APPIA-ANZIO, 9 horas de trajeto até Roma, porque se parava muito e o
chofer errava sempre o caminho, quando escureceu. Mais adiante parámos num
desvio para descansar. Quis meu embornal e por isto me aborreci, (porque a
Bertha me chamou de histérica (instigada, creio eu, pela Sílvia); não são nada colegas, nem camaradas, nem
conscienciosas.)
Fiquei por conta e sentida, porque
tinha muitos americanos e brasileiros, que ouviram. Também me desforrei: falei
com Paul, dono da condução, (que por sinal não era a nossa), pois tomamos
erradamente pensando que era e, ele fez descer todo o mundo e toda a bagagem;
lá, no fim estava o meu embornal. Voltei para o jipe e continuamos a viagem. Acho
que o embornal deve acompanhar o seu dono.
Por
tora a parte se via escrito em letras garrafais “VINCERE”.
O
americano que vinha atrás conosco, controlava pelo mapa, o nosso percurso. Eu
trazia comigo o expediente e correspondência para nosso Chefe, Cel. Emmanuel
Marques Porto.
Anzio,
parte destruída- estradas belas como sempre. Há zonas pantanosas e febres.
Passamos por regiões completamente destruídas e, para entrar em Roma, as ruas
estreitas estavam obstruídas por escombros. Em certos trechos sentia-se ainda
exalar o nauseante cheiro dos mortos soterrados sobre os escombros. Apesar do
escuro conseguimos ver a destruição tremenda e fazer uma pequena ideia do que
se passou por ali. Disseram-me que num só dia, choveram dos céus, 5.000 bombas
aéreas!
Nesta
data, 16-8-44-(Order nº5) – Partiram do Rio as seguintes colegas:-
HELOISA CECILIA VILLAR
MARIA LUIZA VILLELA HENRY.
Chegamos
à:: 16-8-44- ROMA – à meia-noite, mortas de cansadas e sem jantar. Faltava
pouco para chegarmos definitivamente ao nosso destino, mas, não era possível- a
condução não era a nossa; chegara ao seu porto e Paul, nada tinha que ver
conosco. Contudo, foi muito gentil e nos apresentou ao Comandante da Sede na Vila
Marina – Radio s. Paulo (a maior difusora da Itália). Este, fez tudo para
nos acomodar, altas horas da noite. Queria que fôssemos para um hotel jantar,
mas preferimos ficar aqui mesmo. Então, foi um tal de subir e descer às escuras
(nós, sem lâmpadas de mão), de um para outro pavilhão, onde tinha água, para lavar
o rosto ou tomar o banho (conforme o gosto de cada uma). Eu, só tomei “banho de
gato”, e voltei para o outro pavilhão às apalpadelas em pleno black-aut. Dissemos
que dormiríamos no chão. Estendi minha toalha de banho, coloquei meu
travesseirinho e deixei a japona para me cobrir. Por fim arranjaram dois
colchões (de solteiro) e uma maca. Nair, Olga e eu, juntamos os dois e nos
revezamos, quando Bertha, sem mais nem menos, caiu pesadamente (como um poste
de ferro), entre nós, sem dar a menor confiança. Olhámo-nos e só! Dormimos
..............................
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