PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO

Texto Datilografado elaborado pela própria Altamira 

visando publicá-lo como livro, em três partes:

I-ANTES DA GUERRA

II-DURANTE A GUERRA (a partir de seu diário manuscrito)

III-APÓS GUERRA

(PARTE I)

÷ PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO ÷

     Junho de 1944: - As placas de identificação, em número de duas (2) são para uso pessoal, obrigatório e permanente, sob o uniforme, fabricadas em metal, de formato ligeiramente oval. As minhas, mandei cromá-las (para evitar manchas), e coloquei-as numa forte corrente de prata para o pescoço. – Num caso de morte, ficaria uma com o corpo (dentro da arcada dentária). A outra, será reproduzida em ficha para o Serviço de Identificação, estatística, Marcação de Espólio, sendo por fim fixada na sepultura.

     Nota: - Para o espólio existe um envelope ou saquinho de pano verde-oliva, impermeabilizado, já com o cabeçario gravado: é só completar os dados.

     Antigamente se usava uma só placa, com um entalhe no meio, trazendo os dados nas duas partes. Esse entalhe facilitava separa-las, para os devidos fins. Creio que esse sistema não deu resultado, pois que o combatente poderá perde-la, conforme a natureza do ferimento, ficando assim o mesmo como desconhecido. Eis a razão talvez de duas placas, pois é mais difícil perde-las, estando separadas em alças de corrente também separadas, num só cordão.

     Descrição:- Nelas estão gravados os seguintes dados: - País – Nome – Nº Registro – Posto ou graduação – G nº? – Tipo de Sangue - e ANO.

     Como podem concluir, voltei com as duas – graças a deus tive sorte! Porém, confesso que eram bem pesadas e frias!

     Nota: - Seria melhor publicar o verso da placa, evitando assim uma descrição longa e imperfeita. Para tanto segue uma original, ou então um desenho.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS: 

O manuscrito original do autointitulado “Diário de Guerra” - nome que a própria autora (Altamira) dá ao seu diário, encontra-se sob a guarda permanente do “Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares” e possui dois volumes de encadernação simples. O primeiro compreende o período de [28/08/1944 com excertos desde o dia 04/08/1944 a 28/04/1945] e o segundo volume, de 29/04/1945 a 22/08/1945. Além dos dois volumes manuscritos,  Altamira datilografou o que ela chamou de livro com a sugestão do título ”Febianas”, numa releitura pessoal entre os anos de 1961 a 1970. Foi nesse livro datilografado que a autora inseriu fotos, cartas, desenhos, etc. já com desejo de publicação de seus relatos. Vale ressaltar que entre os diários manuscritos e o livro datilografado há supressão ou acréscimo de impressões e relatos.

Nota do Centro de Documentação: O texto datilografado por Altamira foi transcrito com a atualização da ortografia, mantendo a integridade das palavras e pontuações, mesmo quando aparentemente foram utilizadas de forma equivocada pela autora.

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