DIÁRIO MANUSCRITO
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15-8-44 _ 3ª feira –
Ascenção de N. Senhora _ Se soubesse teria ficado em casa descansando um pouco
_ Descemos cêdo para o café já prontas (Eu, O. N. e S.) – apresentação a Chief
Nurse Capitã? Julbright. A.N.C. e descemos num caminhão com dois brasileiros
(as outras vestiam os uniformes e por isso perderam a manhã visitando todo o
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hospital (foi um blêf) _ A sorte sempre nos
protege _ Tomamos uma horrorosa laranjada a 30 lrs. cada 1 como devia á Sylvia
2$800. do arabe em Casa blanca, fiquei quits com ela). Olga e Nair ficaram para
comprar bilhete para assistir a “Tósca” no celebre Teatro S. Carlos ás 14hs,30.
Fiquei com Sylvia – andamos ao léo _ comercio fechado e pobre. Entramos numa
igreja _ tudo misturado e sem ordem (trata-se ahi de negocios, com a maior
calma). Não pudemos comprar nada de lembrança, nem na Red Cross = Cruz
Vermelha. Encontramos 1 americano (filho de Italiano), parecido com o Helio,
que nos levou para um café, mas não tinha _ tomamos foi sorvete de cacaú; fez
tudo para passear comigo, mas dei o contra_ disse-lhe que estava doente e ele
quiz ser meu médico _ foi um custo para me livrar. Ás 11hs,25 estamos junto ao
Hotel Volturno _ ponto marcado para esperar as 2 colegas, mas passou o tempo e,
nada. Nisto veio um rapaz do Banco do Brasil Eduardo Dreux optima pessôa que nos levou ao mess dos Officiaes na Via
Dias (paralela a via Roma). Foi bom porque já haviamos perdido a condução para
o almoço no Hospital _ Gostei muito _ almoçamos bem. Penso que ele só pagou 30
lrs. para cada um. Depois nos levou ao ponto do caminhão do Cartes Hospital e nos deixou. Sylvia revolveu vir comigo
na ultima hora pois disséra-me q. ia ficar. Deitei-me um pouco. Ás 16hs,00
Silvia voltou a Roma. Olga e Nair almoçaram, tomaram
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banho e voltaram para a opera e ficaram
deslumbradas. Senti não ir mas estava muito indisposta. Ás 17hs,30 desci para
jantar. Á noite ajeitei bagagens – muita inquietação (parecia alarme!) _
Napoles muito destruida, principalmente no trecho do porto _ Ha constante
barragem de Zepelins suspensos por cabos permanentes.
15-8-44-3ª.-feira-Nápoles:-Descemos
cedo já prontas para sair (Olga, Nair, Sílvia e eu), após a apresentação á
Chief Nurse Capitã Julbright, (A.N.C.) e, tomamos o caminhão com dois
brasileiros, com destino á cidade. As outras colegas, como vestiram o uniforme
interno, ficaram e perderam a manhã toda, percorrendo o hospital, com a chief
(foi um bleuf). A sorte sempre nos protege. Na cidade engolimos uma
laranjada horrorosa! Agora também chegou a nossa vês de sofrer. Si lembrasse que hoje é dia da Assenção de N. senhora, teria ficado em casa
descansando.-Tudo fechado- comercio etc. Olga e Nair foram ao célebre teatro S.
Carlos, assistir a opera “Tosca”. Sílvia e eu, andamos ao léo- entramos numa
igreja; tudo misturado e sem ordem (trata-se ali de negócios, com a maior
calma). Encontramos um americano (filho de italiano), parecido com Hélio (meu
esposo), que nos levou para um Café, mas não tinha nada- tomamos foi sorvete de
cacau. Fez tudo para passear comigo, mas disse-lhe que estava doente e então ele
quis ser meu médico- foi um custo para me livrar. Na hora marcada para a volta,
nós duas esperávamos as outras, junto ao Volturno, mas o tempo passou e nada de
aparecerem- perdemos a condução. Nisto, veio ao nosso, um oficial brasileiro do
Banco do Brasil, Eduardo Dreux, (excelente pessoa), que nos ofereceu almoço no Officers
Mess, na Via Dias e depois nos deixou no ponto do caminhão: Center
Hospital. Senti não ir á opera, mas estava muito indisposta. Á noite houve
muita inquietação (parecia alarme de bombardeio!) O céu estava rubro. Nápoles,
muito destruída, principalmente no trecho do porto- Ha constante barragem de
zepelins, suspensos por cabos permanentes.
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem a prévia autorização do Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. Ref da FEB Altamira Pereira Valadares.
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