Texto Datilografado elaborado pela própria Altamira
visando publicá-lo como livro, em três partes:
I-ANTES DA GUERRA
II-DURANTE A GUERRA (a partir de seu diário manuscrito)
III-APÓS GUERRA
(PARTE I)
÷MISSA-BENÇÃO VOTIVA – IMPOSIÇÃO DOS BRAÇAIS
ÀS ENFERMEIRAS DA FEB e ao Capelão Chefe÷
A serviço da Pátria, com as bençãos de DEUS!
÷÷÷
Em 30-7-44- 6ªfeira:-Pela
manhã, foi celebrada a missa votiva, benção e imposição dos braçais, na
Catedral Metropolitana, do Rio de Janeiro.
Oficiou a tocante cerimônia, o
arcebispo, D. Jayme de Barros Câmara, acolitado pelo monsenhor Rezende e seu
secretário. À sua entrada na Catedral, o Coro entoou o “Ecce Sacerdos Magnus”.
Na ocasião própria da missa,
algumas colegas receberam a comunhão bem como pessoas de suas famílias.
Ao Evangelho, ocupou o púlpito
sagrado, para a oração gratulatória, o admirável monsenhor Henrique Magalhães,
terminando com vibrante e eloquente invocação à Nossa Senhora Aparecida,
(padroeira do Brasil)para que as acompanhasse em sua sublime missão, nas
seguintes palavras: “Que Nosso Senhor vos guie! Que a Virgem Santa Aparecida
abra os caminhos a nossa gente, para que, triunfante a bandeira brasileira,
volte coberta de louros e vós também volteis, para cantarmos junto o ‘Te-Deum’
glorioso da Paz! Voltemo-nos para a imagem de Maria, Protetora da gente
brasileira, suplicando: ‘Abençoai a nossa Pátria!’ Dai quanto antes PAZ AO
MUNDO!”
Finda a missa, teve lugar o ato
de benção e imposição dos braçais. O arcebispo os benzia e entregava aos
padrinhos que os colocavam nos braços das enfermeiras. A primeira a receber
teve como paraninfo o Gen. Souza Ferreira. Iam até a nave, para recebê-los,
depois do que beijavam o anel episcopal.
Também recebeu o seu braçal e o
Crucifixo, o padre João Pheney Camargo Silva, Capelão-Chefe da “FEB”, que
envergava no ato, o uniforme com que, em companhia de cinco outros sacerdotes,
acompanhariam as tropas. A farda é idêntica a dos oficiais, sendo que o braçal
de cor amarela, com uma cruz azul.
O Templo apresentava aspecto
festivo, com o altar-mór profusamente ornamentado de flores naturais, vendo-se
o Pavilhão Nacional e a Bandeira da Santa Sé. No ambiente um suave perfume
rescendia.
Assistiram a esse oficio
religioso numerosas famílias, autoridades civis e militares, entre os quais, o
general João Afonso de Souza Ferreira (Diretor de Saúde do Exército),
representantes do General João Batista Mascarenhas de Moraes (Comandante da 1ª
Divisão Expedicionária- da Cruz Vermelha Brasileira, da Legião Brasileira de
Assistência às Enfermeiras Expedicionárias).
Em tudo isto, sentíamos uma
profunda comoção e, cada vez mais exaltava o desejo de partir, cumprir nosso
dever: servir!
Observações:- O meu
padrinho escolhido foi o General Mascarenhas e como não pode comparecer,
representou-o o Major médico Dr. Paulino, Ajte. Ordens do Diretor.
Escolhi para ilustrar o
acontecimento, uma só foto de conjunto, tendo ao centro, o capitão Cunha da 1ª
DIE.- É pena que muitas delas não seguiram. (Não sei como separá-las).
Estes braçais, de fundo branco,
com a Cruz Vermelha no centro, não foram usados no teatro de operações de
Guerra.
Noticiou este ato oficial, o
“Diário de Notícias” – Pag.3 – Sábado, 1º de Julho de 1944 como: NOTÍCIAS DO
EXÉRCITO (Vide Boletim da Diretoria das Armas à pág.10) – TEXTO: Missa e benção
votiva pelas enfermeiras especiais – também a edição final de “A NOITE”.
A nossa missa de regresso foi
bem diferente.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
O manuscrito original do autointitulado “Diário de Guerra” - nome que a própria autora (Altamira) dá ao seu diário, encontra-se sob a guarda permanente do “Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares” e possui dois volumes de encadernação simples. O primeiro compreende o período de [28/08/1944 com excertos desde o dia 04/08/1944 a 28/04/1945] e o segundo volume, de 29/04/1945 a 22/08/1945. Além dos dois volumes manuscritos, Altamira datilografou o que ela chamou de livro com a sugestão do título ”Febianas”, numa releitura pessoal entre os anos de 1961 a 1970. Foi nesse livro datilografado que a autora inseriu fotos, cartas, desenhos, etc. já com desejo de publicação de seus relatos. Vale ressaltar que entre os diários manuscritos e o livro datilografado há supressão ou acréscimo de impressões e relatos.
Nota do Centro de Documentação: O texto datilografado por Altamira foi transcrito com a atualização da ortografia, mantendo a integridade das palavras e pontuações, mesmo quando aparentemente foram utilizadas de forma equivocada pela autora.
Copyright©1994-2020 Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. Ref, da FEB Altamira Pereira Valadares. Todos os direitos reservados. Todos os textos e imagens são protegidos por direitos autorais e outros direitos de propriedade intelectual pertencentes ao Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. Ref da FEB Altamira Pereira Valadares.
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem a prévia autorização do Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. Ref da FEB Altamira Pereira Valadares.
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem a prévia autorização do Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. Ref da FEB Altamira Pereira Valadares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário