segunda-feira, 3 de agosto de 2020

MISSA - BENÇÃO VOTIVA – IMPOSIÇÃO DOS BRAÇAIS


Texto Datilografado elaborado pela própria Altamira 
visando publicá-lo como livro, em três partes:

I-ANTES DA GUERRA
II-DURANTE A GUERRA (a partir de seu diário manuscrito)
III-APÓS GUERRA


(PARTE I)

÷MISSA-BENÇÃO VOTIVA – IMPOSIÇÃO DOS BRAÇAIS
ÀS ENFERMEIRAS DA FEB e ao Capelão Chefe÷
A serviço da Pátria, com as bençãos de DEUS!
÷÷÷
     Em 30-7-44- 6ªfeira:-Pela manhã, foi celebrada a missa votiva, benção e imposição dos braçais, na Catedral Metropolitana, do Rio de Janeiro.
     Oficiou a tocante cerimônia, o arcebispo, D. Jayme de Barros Câmara, acolitado pelo monsenhor Rezende e seu secretário. À sua entrada na Catedral, o Coro entoou o “Ecce Sacerdos Magnus”.
     Na ocasião própria da missa, algumas colegas receberam a comunhão bem como pessoas de suas famílias.
     Ao Evangelho, ocupou o púlpito sagrado, para a oração gratulatória, o admirável monsenhor Henrique Magalhães, terminando com vibrante e eloquente invocação à Nossa Senhora Aparecida, (padroeira do Brasil)para que as acompanhasse em sua sublime missão, nas seguintes palavras: “Que Nosso Senhor vos guie! Que a Virgem Santa Aparecida abra os caminhos a nossa gente, para que, triunfante a bandeira brasileira, volte coberta de louros e vós também volteis, para cantarmos junto o ‘Te-Deum’ glorioso da Paz! Voltemo-nos para a imagem de Maria, Protetora da gente brasileira, suplicando: ‘Abençoai a nossa Pátria!’ Dai quanto antes PAZ AO MUNDO!”
     Finda a missa, teve lugar o ato de benção e imposição dos braçais. O arcebispo os benzia e entregava aos padrinhos que os colocavam nos braços das enfermeiras. A primeira a receber teve como paraninfo o Gen. Souza Ferreira. Iam até a nave, para recebê-los, depois do que beijavam o anel episcopal.
     Também recebeu o seu braçal e o Crucifixo, o padre João Pheney Camargo Silva, Capelão-Chefe da “FEB”, que envergava no ato, o uniforme com que, em companhia de cinco outros sacerdotes, acompanhariam as tropas. A farda é idêntica a dos oficiais, sendo que o braçal de cor amarela, com uma cruz azul.
     O Templo apresentava aspecto festivo, com o altar-mór profusamente ornamentado de flores naturais, vendo-se o Pavilhão Nacional e a Bandeira da Santa Sé. No ambiente um suave perfume rescendia.
     Assistiram a esse oficio religioso numerosas famílias, autoridades civis e militares, entre os quais, o general João Afonso de Souza Ferreira (Diretor de Saúde do Exército), representantes do General João Batista Mascarenhas de Moraes (Comandante da 1ª Divisão Expedicionária- da Cruz Vermelha Brasileira, da Legião Brasileira de Assistência às Enfermeiras Expedicionárias).
     Em tudo isto, sentíamos uma profunda comoção e, cada vez mais exaltava o desejo de partir, cumprir nosso dever: servir!
     Observações:- O meu padrinho escolhido foi o General Mascarenhas e como não pode comparecer, representou-o o Major médico Dr. Paulino, Ajte. Ordens do Diretor.
     Escolhi para ilustrar o acontecimento, uma só foto de conjunto, tendo ao centro, o capitão Cunha da 1ª DIE.- É pena que muitas delas não seguiram. (Não sei como separá-las).
     Estes braçais, de fundo branco, com a Cruz Vermelha no centro, não foram usados no teatro de operações de Guerra.
     Noticiou este ato oficial, o “Diário de Notícias” – Pag.3 – Sábado, 1º de Julho de 1944 como: NOTÍCIAS DO EXÉRCITO (Vide Boletim da Diretoria das Armas à pág.10) – TEXTO: Missa e benção votiva pelas enfermeiras especiais – também a edição final de “A NOITE”.
     A nossa missa de regresso foi bem diferente.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS: 

O manuscrito original do autointitulado “Diário de Guerra” - nome que a própria autora (Altamira) dá ao seu diário, encontra-se sob a guarda permanente do “Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares” e possui dois volumes de encadernação simples. O primeiro compreende o período de [28/08/1944 com excertos desde o dia 04/08/1944 a 28/04/1945] e o segundo volume, de 29/04/1945 a 22/08/1945. Além dos dois volumes manuscritos,  Altamira datilografou o que ela chamou de livro com a sugestão do título ”Febianas”, numa releitura pessoal entre os anos de 1961 a 1970. Foi nesse livro datilografado que a autora inseriu fotos, cartas, desenhos, etc. já com desejo de publicação de seus relatos. Vale ressaltar que entre os diários manuscritos e o livro datilografado há supressão ou acréscimo de impressões e relatos.

Nota do Centro de Documentação: O texto datilografado por Altamira foi transcrito com a atualização da ortografia, mantendo a integridade das palavras e pontuações, mesmo quando aparentemente foram utilizadas de forma equivocada pela autora.

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