Página 47 do diário manuscrito de Altamira
27-8-44
– Domingo 38th. Cecina
(S. Luce). – Ás 6hs,10 levantei-me - 7hs
Breakfast – 8hs distribuição de serviço _ Como sempre em ultimo logar e peior
horario, de 24 ás 7 e de 19 ás 24hs, durante 2 semanas _ Temos feridos
brasileiros. Enfermaria Nº3 _ Os mosquitos e largatixas são muitos _ O calôr é
de matar durante o dia, nas tendas _ á noite é bom, não há vegetação _ Parece 1
deserto. A roupa seca no mesmo instante. O chocolate e baton derretem. A água
da torneira é tão quente que não se póde molhar as mãos. A minha pele, mãos, unhas
e cabelos estão 1 tristeza!!! A agua de beber chlorada sempre. Estamos na
Provincia de Pizza “Santa Lucia”, entre Livorno. Os italianos fazendo todo o
serviço pesado e trocam frutas, ovos, por trabalho, cigarrets, comida,
roupa, calçados, sabão. Dá pena ver rapazes instruídos, estudantes de escolas
superiores, donos de belas e confortáveis residências, hoje são serviçaes e
garçons, só pela comida e procuram trabalho mas não têm _ quasi tudo destruído
e sem comercio _ Umas italianas levaram nossa roupa para lavar, passar e
engomar _ 2 italianos carpiram e aterraram a nossa tenda _ Cada 1 deu cigarros,
sabão, chocolate e + 25 lrs. A estrada de Ardenza até aqui está quasi toda
destruída e difícil – muito pó!
TRECHO DATILOGRAFADO POR ALTAMIRA PÓS GUERRA
27-8-44 – Domingo-38th- Santa Lucce: 11º Grupo
–
Mais duas colegas deixam o Brasil:
JURACY
FRANÇA XAVIER e
ELZA MIRANDA DA SILVA.
Sempre o
mesmo sistema. Até agora continuo em plano inferior, mas Deus é grande. Pior
horário de 24 ás 7 e de 19 ás 24hs00, durante duas semanas. Eu perdendo
energias com tão pouco trabalho. É lamentável.
Temos brasileiros
baixados na Enfermaria nº3. Os mosquitos e lagartixas são muitos. O calor é de
matar durante o dia, nas tendas: o chocolate e baton se derretem de baixo das
camas de tripé. A roupa seca no mesmo instante. A água da torneira é tão quente
que não se pode molhar as mãos. A minha pele, mãos, unhas e cabelos, estão uma
tristeza!!!
Não há vegetação – parece um deserto. A água de
beber, clorada sempre.
Os
italianos fazem todo o serviço pesado e trocam frutas, ovos, cigarrets, manjare,
roba da vestire = roupas, scarpes = calçados e sapone = sabão. Dá
pena ver rapazes instruídos, estudantes de escolas superiores, donos de belas e
confortáveis residências, hoje transformados em serviçais e garçons, só pela
alimentação. Procuram trabalho, mas não têm _ quase tudo destruído e sem
comercio. Dois italianos capinaram o mato e aterraram a nossa tenda. Cada uma
deu o que eles pediram e mais 25 liras. A estrada de Ardenza até aqui está quase
toda destruída e difícil – muito pó! Durante a noite,
refresca.......................
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo sem a prévia autorização do Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. Ref da FEB Altamira Pereira Valadares.
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